sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dia do psicólogo e da psicóloga, claro!

Hoje comemoramos o dia do psicólogo, escolhi um poeminha bem conhecido que eu acho que nos define bem e de forma leve e despojada. Parabéns a tod@s que dedicam ao próximo o seu interesse, estudo, escuta e acolhida. A você que se alegra quando o outro descobre que pode ser melhor do que era ... (e isso nos faz melhores também) PARABÉNS!
Psicológo
... Não adoece, somatiza. Psicólogo não estuda, sublima. Psicólogo não fofoca, transfere. Psicólogo não conversa, pontua. Psicólogo não fala, verbaliza. Psicólogo não transa, libera libido. Psicólogo não é indiscreto, é espontâneo. Psicólogo não dá vexame, surta. Psicólogo não tem idéias, tem insights. Psicólogo não resolve problemas, fecha gestalts. Psicólogo não pensa nisso, respira nisso. Psicólogo não muda de interesse, muda de figura e fundo. Psicólogo não come, internaliza. Psicólogo não pensa, abstrai. Psicólogo não é gente, é um estado de espírito

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Depoimento da Nilda, uma participante da TC

Bom, a Terapia Comunitária tem sido um espaço de coragem e determinação. Desde que participo deste grupo consigo me expressar com mais facilidade. Aprendi a ser atenciosa diante de desabafos e lamentações de colegas da roda. Sinto que posso ser uma pessoa de mais atitude, através da coragem e do companheirismo que encontrei neste grupo.
Quando eu participo da roda sinto que posso ser uma pessoa melhor através do amor, da compreensão e da coragem. Quando eu não participo sinto falta deste grupo maravilhoso que é a TERAPIA COMUNITÁRIA.
Nilda

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Reiniciando o grupo com adolescentes

Após dois meses sem Terapia Comunitária (TC) com o grupo de garotos adolescentes da periferia de Brasília reiniciamos neste sábado. Havia 25 meninos entre 8 e 17 anos, apenas 5 conheciam a TC, vinte eram novatos. Sabendo que o grupo estava se renovando propusemos uma dinâmica de apresentação. Levei uma sacola com vários objetos e brinquedos: lanternas, bola, luva de Box, CD, dinossauro, livro etc... Cada um escolhe um objeto, diz o seu nome, idade, data de aniversário, série que estuda, porque escolheu aquele objeto, e o que mais gosta de fazer e qual sua maior competência (a pergunta é: o que você faz bem feito?). Para alguns é fácil dizer “eu sou bonito”, “gosto de jogar bola e de brincar”. Outros só conseguem dizer o nome e a idade, então nós fazemos algumas perguntas para ajudá-los a se expressarem. O que você gosta de fazer? Qual sua matéria favorita, na escola? Todos os dados foram anotados e faremos uma lista dos aniversariantes dos meses a ser fixada no espaço onde fazemos a roda. Explicamos o que é a TC e como ela funciona e suas regras. Aliás, quem explicou e orientou os novatos, no decorrer da roda, foram os veteranos. Também contamos com uma estudante de TC, que nos alegrou com sua presença.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dois anos de vida (link para TC no trabalho)

A Terapia Comunitária com o grupo de terceirizados em um órgão público em Brasília está completando dois anos. Nesses dois anos muitas pessoas foram demitidas ou foram transferidas, outras foram contratadas e entraram para o grupo, algumas deixaram de comparecer aos encontros. Mas há aqueles que estão desde a primeira roda, neles percebemos uma grande evolução. Para manter um grupo com os mesmos participantes por tanto tempo é preciso muita determinação e criatividade. Para que a proposta não caia numa rotina e para que as pessoas possam aprofundar suas questões o grupo passou a ter um caráter terapêutico. Muitas vezes não há questões práticas a serem compartilhadas, mas marcas profundas deixadas pela vida. Ter uma dinâmica de interação diferente a cada encontro é um desafio, sempre solicito a contribuição do grupo, nem sempre eles correspondem. Fazer a terapia em apenas uma hora, o tempo que eles são liberados para a roda, também é difícil, especialmente quando o grupo é grande, mais de 30 participantes. Ver uma pessoa que ficou um ano e meio participando das terapias sem compartilhar nada de si, um dia começar a falar e, em duas sessões, contar suas histórias de rejeição ao longo da vida: não tem preço. Parece que foi preciso muito tempo para que ela acreditasse que não seria rejeitada também nesta roda se ela se revelasse. O que eu aprendi e amadureci em dois anos ... não tem preço. Como diz Adalberto Barreto: “o salário da TC é o salário afetivo”. A todos que já passaram por esta roda e aos que ainda estão aqui: PARABÉNS E MUUUUUITO OBRIGADA!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Em vez de você ficar pensando nele, pense em ti, chore por ti, liga pra ti...

O tema desta semana foi sobre amor. É sempre bom falar de amor! Veja o resumo da fala da participante: “Estamos juntos a quatro meses. Inventaram umas coisas sobre mim e a família dele acreditou. Então ele disse que não queria ficar namorando escondido, se eu não posso nem ir a casa dele. Hoje foi a gota d’água, ele disse que saiu com outra garota e que vai tentar me esquecer. Estou me sentido humilhada, tá doendo muito. Ele disse pra eu ligar a hora que eu quiser e que podemos ser amigos. Eu não quero ser amiga dele. O que vocês acham que eu devo fazer?” Nesta roda de TC só havia mulheres e todas começaram a falar pra ela não chorar por homem nenhum e dizer o que ela deveria fazer. Então eu disse que não deveríamos criticá-la ou dar conselhos. Que é muito fácil dizer o que é ideal numa situação desta, mas o ideal, muitas vezes, nem nós conseguimos fazer. Orientei o grupo a contar uma experiência semelhante e como ela foi superada. Algumas contaram como doeu a separação e partilharam suas estratégias para superar o término de um relacionamento. Ao final o grupo se comprometeu a ajudá-la: toda vez que ela ficar pensando em procurá-lo pode ligar pra qualquer uma de nós para desabafar. Quando um grupo de terapia chega nesse estágio de comprometimento com a dor do outro é porque alcançou um alto nível de solidariedade, compreensão e a cumplicidade. É sinal de que a terapia tem favorecido o desenvolvimento de competências e habilidades sociais que podem ser desenvolvidas para além do grupo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Luas e luas

His­tó­ria ori­gi­nal de James Thur­ber, Adap­tada por Luiz Car­los Ramos a par­tir da ver­são de Rômulo Cân­dido de Souza
Era uma vez uma prin­ce­si­nha que ficou muito doente. O rei fez de tudo pra que ela ficasse boa nova­mente. Mas os médi­cos do reino não con­se­guiam curá-la. Deses­pe­rado, o rei, junto ao leito da filha, disse-lhe: “Pede-me o que qui­se­res para que fiques boa.” Então a prin­ce­si­nha res­pon­deu: “Eu quero a Lua!” O rei ficou apa­vo­rado. Cha­mou todos os sábios do reino para ver como resol­ver o pro­blema. Os astrô­no­mos dis­se­ram: “Impos­sí­vel, está muito longe!” Os enge­nhei­ros dis­se­ram: “Impos­sí­vel, é muito pesada!” Os eco­no­mis­tas dis­se­ram: “Impos­sí­vel, cus­ta­ria muito dinheiro!” Os mate­má­ti­cos fize­ram seus cál­cu­los e dis­se­ram: “Impos­sí­vel, leva­ria muito tempo!” e assim por diante. O bobo da corte, que até então só ficara ouvindo e vendo o deses­pero do rei, arris­cou: “Majes­tade, se me per­mi­ti­res, tal­vez eu possa ajudar.” O rei estava cético, mas na falta de alter­na­ti­vas resol­veu dar uma chance ao bobo. O bobo foi até o quarto da prin­ce­si­nha: “Boa noite, prin­ce­si­nha! Então, você quer a Lua, não é? E como é mesmo a Lua? Do que ela é feita?” “Ora, seu bobo, todo mundo sabe que a lua é feita de prata, e que é assim, deste tama­nho…” (e fez um pequeno cír­culo jun­tando os indi­ca­do­res e os polegares). Então o bobo disse: “Ah, claro!” E abriu a janela do quarto. A lua cheia bri­lhava alta no céu. E, voltando-se pra prin­ce­si­nha: “Olha, agora ela está muito alta. Mas quando esti­ver mais baixa, ali perto daquela árvore, eu subo lá e pego a lua pra você. Agora des­canse, ela ainda vai demo­rar pra abaixar.” A prin­ce­si­nha ficou des­can­sando e o bobo pediu ao rei auto­ri­za­ção para ir até o tesouro real. Lá esco­lheu uma meda­lha de prata, mais ou menos do tama­nho que a prin­ce­si­nha tinha dito que era o da Lua. Colo­cou numa cor­rente e espe­rou amanhecer. No outro dia, o rei e todos do palá­cio anda­vam curi­o­sos atrás do bobo que se diri­gia ao quarto da prin­ce­si­nha. O bobo entrou no quarto com as mãos pra trás. “Bom dia, prin­ce­si­nha, que acaba de acor­dar com um beijo do sol bem na ponta do nariz! Adi­vi­nha o que eu trouxe pra você?” E lhe esten­deu as mãos com a meda­lha de prata! Os olhos da prin­ce­si­nha bri­lha­ram, e ela excla­mou: “A Lua!” E o rei: “A Lua!” E todos repe­ti­ram: “A Lua! A Lua! A Lua!” Naquela mesma noite, a prin­ce­si­nha e o bobo esta­vam olhando pela janela, e a lua tor­nou a apa­re­cer no céu. Todos fica­ram apre­en­si­vos. Então o bobo arrematou: “Veja só como Deus é mara­vi­lhoso. Ontem rou­ba­mos a lua, e Ele já pôs outra no lugar!” E ela: “Seu bobo, Deus sem­pre faz isso quando cor­ta­mos as unhas!” E a prin­ce­si­nha sarou completamente!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em comemoração ao dia dos pais

Resposta a um pai preocupado com sua filha de 14 anos Um pai postou um comentário sobre sua dificuldade em comunicar-se com a filha que está sofrendo bullying na escola. Ele conta que em casa ela tem se trancado no quarto e apresentado alguns sintomas físicos. Ele pede orientação sobre a sua atitude diante de tais problemas.
Comentário meu:
Também tenho filhos e sei como você deve estar angustiado. Agressões verbais é uma forma de bullying sim. Como eu disse: os agressores buscam os colegas mais sensíveis, mais fragilizados. É difícil e fácil, ao mesmo tempo, dizer que você deve fazer isso ou aquilo. Prefiro ajudá-lo a pensar sobre a questão. Estar preocupado e buscar orientação é uma forma de demonstrar o seu amor por ela, mas ela precisa saber disso. Você já falou para suas filhas do tamanho do seu amor? Dedica tempo suficiente e exclusivamente para elas? Ter 14 anos não é fácil, é uma época de muitas mudanças no corpo, de inseguranças quanto ao futuro e descoberta da sexualidade. Você se lembra de quando tinha a idade dela? Foi fácil? Querer ficar sozinha pode ser apenas uma fase do desenvolvimento dela, mas também pode ser indício de um quadro depressivo. É preciso que você, a mãe, os professores e outros cuidadores estejam atentos aos comportamentos atípicos. Os sintomas físicos podem ser biológicos ou sinais da angústia que ela está vivendo.
Que tal buscar uma ajuda especializada? Você poderia começar pela orientação da escola e depois vocês podem fazer algumas sessões de terapia familiar para compreenderem melhor o funcionamento da família (que mesmo o casal se separando os vínculos permanecem). Se apenas ela tiver um acompanhamento terapeutico, você já estará, pelo menos, minimizando danos futuros. Espero que minha resposta possa contribuir para o desenrolar das questões que o incomodam. Estou a sua disposição. Sucesso e Paz para todos!