quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Histórias de amores


Nem sempre nossas rodas de terapia comunitária trazem temas tristes e trágicos. A vida pode ser bela, mesmo com adversidades. Então, nosso tema foi amores. Freud afirma que toda mulher quer ser amada. Uma verdade parcial, pois todo ser humano quer ser amado. Amar faz bem à alma (psique) e ao corpo. Como lemos em Provérbios 15:13: O coração alegre embeleza o rosto, o coração triste deprime o espírito. É o amor quem alegra o coração.
Mas não existe um só tipo de amor, existem amores, e qualquer um deles é capaz de nos alegrar. O grego é mais rico em palavras pra expressar os amores. Há Eros, Ágape e Filos. Eros é o amor romântico, mas não necessariamente sexual. Filos é o amor entre amigos, irmãos, família. Ágape seria o amor maior, que transcende a matéria e as relações sociais. Um amor “sem” interesse, superior; amor ao próximo e a si mesmo. Penso que as possibilidades de amor são tantas que nenhuma língua seria capaz de comportá-las.
Nosso grupo de terapia é formado por pessoas que, de modo geral, têm uma vida bem difícil. Mas enquanto falávamos sobre amor os rostos castigados pelo sol pareciam iluminados. Um rapaz contou que está casado a treze anos com a mulher da sua vida. Emocionou-se ao contar que por ela deixou as drogas, que ela o tornou homem e pai. “Eu acho que nós vamos ficar velhinhos e juntos”. Achei tão corajoso de sua parte se expor desta forma.
Uma senhora contou que faz mais de uma década que não tem um companheiro. E completou: “as pessoas pensam que não tenho amor na minha vida, mas não é verdade, tenho minhas filhas”. Outra pegou o gancho e disse que está só, mas por pouco tempo: “gosto de amar, sentir um frio na barriga quando vejo o cara...é bom demais!”
Parece que amores não podem faltar em nossas vidas quer por uma pessoa, quer por várias, quer por um projeto, quer por um ideal. Amplie seus horizontes e acolha, com amor, algo ou alguém. Certamente seu rosto se iluminará.