sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Luas e luas

His­tó­ria ori­gi­nal de James Thur­ber, Adap­tada por Luiz Car­los Ramos a par­tir da ver­são de Rômulo Cân­dido de Souza
Era uma vez uma prin­ce­si­nha que ficou muito doente. O rei fez de tudo pra que ela ficasse boa nova­mente. Mas os médi­cos do reino não con­se­guiam curá-la. Deses­pe­rado, o rei, junto ao leito da filha, disse-lhe: “Pede-me o que qui­se­res para que fiques boa.” Então a prin­ce­si­nha res­pon­deu: “Eu quero a Lua!” O rei ficou apa­vo­rado. Cha­mou todos os sábios do reino para ver como resol­ver o pro­blema. Os astrô­no­mos dis­se­ram: “Impos­sí­vel, está muito longe!” Os enge­nhei­ros dis­se­ram: “Impos­sí­vel, é muito pesada!” Os eco­no­mis­tas dis­se­ram: “Impos­sí­vel, cus­ta­ria muito dinheiro!” Os mate­má­ti­cos fize­ram seus cál­cu­los e dis­se­ram: “Impos­sí­vel, leva­ria muito tempo!” e assim por diante. O bobo da corte, que até então só ficara ouvindo e vendo o deses­pero do rei, arris­cou: “Majes­tade, se me per­mi­ti­res, tal­vez eu possa ajudar.” O rei estava cético, mas na falta de alter­na­ti­vas resol­veu dar uma chance ao bobo. O bobo foi até o quarto da prin­ce­si­nha: “Boa noite, prin­ce­si­nha! Então, você quer a Lua, não é? E como é mesmo a Lua? Do que ela é feita?” “Ora, seu bobo, todo mundo sabe que a lua é feita de prata, e que é assim, deste tama­nho…” (e fez um pequeno cír­culo jun­tando os indi­ca­do­res e os polegares). Então o bobo disse: “Ah, claro!” E abriu a janela do quarto. A lua cheia bri­lhava alta no céu. E, voltando-se pra prin­ce­si­nha: “Olha, agora ela está muito alta. Mas quando esti­ver mais baixa, ali perto daquela árvore, eu subo lá e pego a lua pra você. Agora des­canse, ela ainda vai demo­rar pra abaixar.” A prin­ce­si­nha ficou des­can­sando e o bobo pediu ao rei auto­ri­za­ção para ir até o tesouro real. Lá esco­lheu uma meda­lha de prata, mais ou menos do tama­nho que a prin­ce­si­nha tinha dito que era o da Lua. Colo­cou numa cor­rente e espe­rou amanhecer. No outro dia, o rei e todos do palá­cio anda­vam curi­o­sos atrás do bobo que se diri­gia ao quarto da prin­ce­si­nha. O bobo entrou no quarto com as mãos pra trás. “Bom dia, prin­ce­si­nha, que acaba de acor­dar com um beijo do sol bem na ponta do nariz! Adi­vi­nha o que eu trouxe pra você?” E lhe esten­deu as mãos com a meda­lha de prata! Os olhos da prin­ce­si­nha bri­lha­ram, e ela excla­mou: “A Lua!” E o rei: “A Lua!” E todos repe­ti­ram: “A Lua! A Lua! A Lua!” Naquela mesma noite, a prin­ce­si­nha e o bobo esta­vam olhando pela janela, e a lua tor­nou a apa­re­cer no céu. Todos fica­ram apre­en­si­vos. Então o bobo arrematou: “Veja só como Deus é mara­vi­lhoso. Ontem rou­ba­mos a lua, e Ele já pôs outra no lugar!” E ela: “Seu bobo, Deus sem­pre faz isso quando cor­ta­mos as unhas!” E a prin­ce­si­nha sarou completamente!

Um comentário:

  1. Olá td bom estou divulgando este documentário se puder assistir, vale a pena, obrigado.

    http://nosolhosdaesperanca.blogspot.com/

    Resenha:
    Jânio é um rapaz de vinte anos que foi preso na orla da praia da Cidade de Praia Grande confundido de fazer parte de um grupo de jovens que promoveram um arrastão. Mesmo sem provas ficou preso durante 11 meses. Leide e Francisco a mãe e o pai de Jânio precisaram lutar para provar a inocência do filho, enfrentando a principal dificuldade que esbarra num problema social ainda não resolvido no Brasil.

    "Ser pobre é ser culpado até que se prove ao contrário?"

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário, sugestão ou escreva um texto que eu publicarei ou responderei sua pergunta.