sexta-feira, 23 de julho de 2010

Qual a sua pérola?

Em Terapia Comunitária aprendemos que todos nós temos uma pérola. Para que uma pérola se forme é preciso primeiro que um grão de areia entre na ostra e a arranhe. Após o ferimento a ostra tenta se proteger forma a pérola. Assim acontece conosco, na maioria das vezes a nossa ferida é transformada em uma pérola, isso tem a ver com nossa capacidade de resiliência. Na terapia desta semana nós ajudamos uma participante a descobrir a sua pérola. Ela foi abandonada pela mãe aos 9 anos. Teve que cuidar de 4 irmãos mais novos, um com apenas 6 meses. Ela disse: "eu passei a ser mãe dos pirralhos com 9 anos". Ao aprofundarmos um pouco mais descobrimos que ela, sem ter sido cuidada tornou-se uma cuidadora. A mãe voltou após 20 anos e ela cuida da mãe e dos filhos, sozinha. Ao final da roda seus olhos brilhavam de emoção: "nunca tinha visto minha vida desta forma". Acredito que é um mito dizer coisas como todo abusado será um abusador. É mentira! Muitas pessoas que foram abusadas protegem, cuidam e defendem crianças. É claro que muitos abusadores foram abusados um dia e não conseguiram transformar a ferida em pérola. Dica de Livro: Ostra Feliz não faz pérola. Rubem alves. Editora Planeta.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que é resiliência?

Resiliência, segundo o dicionário Aurélio, é “a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal deformação elástica”. O termo resiliência, que tem sido usado em TC como a capacidade dos indivíduos em superar as dificuldades contextuais, permitindo aos oprimidos sobreviverem através dos tempos, sendo flexível. É a capacidade que temos de responder de forma mais consciente aos desafios e dificuldades, reagir com flexibilidade diante de circunstâncias desfavoráveis, mantendo um certo equilibrio durante a após as crises. Exemplo de pessoa resiliente é o Pedagogo Roberto Carlos Ramos que soube transformar seus sofrimentos em combustível para mudança. Você é resiliente? Sim, todos somos de alguma forma resilientes. A história do professor Roberto Carlos, que fugiu 132 vezes da FEBEM, é um exemplo de pessoa resiliente. Veja o trailer do Contador de Histórias: http://www.youtube.com/watch?v=uWQ8pQJ_mWk Livro: Flach F. Resiliência: a arte de ser flexível. Traduzido por Wladir D. São Paulo: Saraiva. 1991

Artigo que publiquei

Este blog era pra ser de TC e psicanálise. Por fim, fiquei só escrevendo sobre TC. Porém, ainda tem um pouco de psicanálise em mim. Este artigo foi publicado esta semana pela Revista UNIFOR (Universidade de Fortaleza). O título: É o aborto uma dor narcísica irreparável? Originou-se de um trabalho que realizei no HUB (Hospital Universitário de Brasília), lá realizávamos atendimento em grupo com grávidas. O artigo destaca a forma como grávidas que sofreram aborto espontâneo investem em uma nova gravidez, com enfase em termos como narcisismo, ambivalência, luto, melancolia e outros.
O quador ao lado: O Hospital Henry Ford ou A cama voadora (1932) – Frida Kahlo

terça-feira, 13 de julho de 2010

Frases de Rubem Alves

"A alma é uma borboleta... há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose..." "Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também." “Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar”. "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses." "Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança.Está sempre à procura de companheiros para brincar". "Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantadaou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma. Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles".

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dança da cadeira cooperativa/solidária

Como o nosso grupo é grande e os participantes são colegas de trabalho foi fácil realizar esta dinâmica. Esta dinâmica é semelhante à clássica dança das cadeiras, só que a cada vez que que para a música você diminui uma ou duas cadeiras e todos devem sentar, nínguém sai do grupo. Até ficar uma cadeira e todos sentarem nela, ou um no colo do outro. Enquanto a brincadeira tradicional é de exclusão, esta é de inclusão.
O melhor desta dinâmica, no meu ponto de vista, foi a avaliação. Quase todos quiseram falar, éramos 28 pessoas. Vejamos apenas um exemplo: Eu achava que não ía dá pra sentar, mas alguém sempre me dava um cantinho. Depois eu perguntei: O que isto tem a ver com você, com a sua postura na vida? Às vezes me sinto sem espaço acho que não vai dá pra eu participar de algumas coisas aqui no trabalho. Talvez eu não insista pra ocupar um lugar, né!?

Estou com vontade de dar um soco nele!

Nesta roda o tema escolhido foi o do nosso colega Mário (nome fictício). Ele nos contou que transgrediu, como forma de protesto, o horário de trabalho: por que todos podem assistir o jogo do Brasil na Copa, e nós temos que trabalhar nesse horário? O chefe disse que quer conversar com ele sobre a sua atitude: vir trabalhar em um turno diferente do estabelecido. Ele me persegue porque sou muito crítico ... não sei se vou estar aqui na próxima semana, acho que vou ser demitido. Mas não estou nem aí! Então, questionamos sobre a veracidade de ele não se importar: parece que você liga para o que aconteceu. O que você está sentindo neste momento que nos conta o fato? Ela disse: Raiva. Estou com vontade de dar um soco nele. Após ouvi-la por alguns minutos perguntamos ao grupo: Quem já teve vontade de dar um soco em alguém? Por que e como você superou esta raiva? Ouvimos várias estratégias para a solução do problema. Ao final Mário agradeceu a roda e disse que estava mais calmo, mais leve, por ter podido desabafar e ver que era normal sentir vontade de bater em alguém.

Dinâmica para dia de aniversário

No curso de intervisores uma colega, terapeuta de São Paulo, compartilhou uma dinâmica, para o dia em que alguém faz aniversário. Na semana seguinte em nossa TC no trabalho, em um órgão público em Brasília, havia uma aniversariante. Com todos em pé, eu disse que estava dando a ela uma sacola (imaginária) e que ela iria passar por cada um recolhendo o que eles iriam desejar para ela. Éramos 23 pessoas, ela encheu sua sacola com: amor, alegria, saúde, esperança, paz, prosperidade, harmonia, sucesso, felicidades, realização de sonhos, beijos, abraços e outras coisas lindas. A aniversariante ficou muuuuuito satisfeita com sua sacola cheia de coisas positivas.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Coméntário instigante, da Mari, sobre a pesquisa

"Acho sempre bom avaliarmos, analisarmos a nossa prática como terapeutas e as implicações que dela decorrem. Penso que a enquete instiga duas dimensões sobre os aspectos a serem mais valorizados na TC. A primeira diz sobre a importância de alguns fatores para o bom desenrolar da terapia, mais técnico, metodológico. Então nos remete aos aspectos considerados cruciais para que os procedimentos da TC dêem certo... A outra dimensão se relaciona à repercursão emocional da TC para o próprio terapeuta.
Na enquete optei pela escolha adequada do mote, como elemento - metodológico - que considero fundamental para que e tc dê certo. No entanto, a partilha de experiências é o que mais me toca, sensibiliza. É onde tenho mais contato com o fruto do meu trabalho terapêutico, onde vejo a aprendizagem mútua se desenrolar diante dos meus olhos e minha parcela de participação nesse processo, da minha importância como pessoa, de estar no mundo. Então seria o mais valorizado na TC nesse sentido, de transformação humana que me traz... Bom, foi uma reflexão que pude fazer a partir da tua enquete, e já valeu a pena então visitar teu blog. Achei bem legal! Vai me ajudar bastante para as terapias, (valeu pela dica e resenha do livro do Yalon).
Beijos e parabéns!" Mariane, em 3 de julho de 2010 11:57
A idéia é que este blog seja como a TC, para todos e todas, então se você também quer postar algum texto ou comentário é só enviar.