segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ambivalência na relação mãe e filha

Nossa última roda de TCI mobilizou quase todos os participantes. Uma participante contou-nos que descobriu ter uma doença, com a qual terá que conviver por algum tempo, disse que se sentia angustiada com a situação e sozinha por estar longe da mãe. Também compartilhou sentimentos que se alteram com certa facilidade, como alegria e tristeza. Ao abrir para que os outros pudessem contar suas experiências o tema foi naturalmente se focando na relação mãe e filha(o).
Vários participantes contaram como a presença da mãe é importante para a estruturação e equilíbrio do psiquismo: “minha mãe era tudo pra mim”. A relação mãe e filha é permeada por ambivalências. Para a psicanálise a ambivalência caracteriza-se por sentimentos antagônicos, presença de amor e ódio, aproximação e afastamento. Tais sentimentos estão presentes em toda relação que se desenvolve em profundidade. Especialmente na relação mãe e filha, porque nesta há muitos conflitos inconscientes que conduzem a conflitos, repletos de afetos. Como na fala de uma pessoa do grupo: “eu e minha mãe brigávamos muito...hoje somos muito amigas”.
Concluímos que a variação de sentimentos da pessoa que trouxe o tema não ocorre, apenas, porque ela está doente ou longe da mãe, mas que é uma característica de todo ser humano, assim como o angustiar-se em relação a algo que foge ao controle, no caso a doença. A Terapia Comunitária permitiu que os participantes se identificassem com este tema e reconhecessem suas ambivalências.