domingo, 8 de julho de 2012

Dinâmica para festa junina

Todo ano nossa roda de TC no Tribunal realiza uma festa junina. Este ano pensamos em uma dinâmica que favorecesse o vínculo entre os trabalhadores. Considero que fortalecer vínculos de amizade no ambiente de trabalho é uma forma de prevenção da saúde mental do trabalhador. Mas como fazer algo que durasse para além dos momentos de roda de terapia?
Arthur com sua afilhada
Surgiu a ideia de madrinha de fogueira. Duas semanas antes lançamos a ideia que foi muito bem aceita pelo grupo. A partir daí cada participante convidou alguém para ser sua madrinha ou padrinho de fogueira. No dia da festa junina explicamos que o padrinho ou madrinha teria a missão de cuidar, zelar, apoiar este colega de trabalho por um ano. O afilhado, caso passe por algum problema, terá um amigo (padrinho) a quem recorrer.
Eu e Valdeni, minha afilhada de fogueira
A dinâmica  seguiu da seguinte forma, a primeira participante, justifica porque convidou alguém para ser seu padrinho, explicando as características desta pessoa que a levou a querer ser afilhada dela. Então, o afilhado, com um chapéu de palha na mão, vai até sua madrinha e a convida para dar uma volta na fogueira, colocando o chapéu na cabeça da madrinha:
                Você arrudia a fugueira mais eu?
             Sim, e dispois que nóis fizer isso eu serei sua madrinha até junho do ano que vem. (Em seguida davam uma volta na fogueira artificial que montamos no local da festa, com música e palmas).
Éramos umas 40 pessoas, nos comprometemos mutuamente a sermos mais atenciosos com nossos colegas. E continuamos as comemorações com os comes e bebes.

domingo, 1 de julho de 2012

Primeira roda de TC com mães e seus bebês na UTI

Semana passada conclui uma etapa da minha vida: o mestrado. Então, é hora de novos projetos. Pois bem, iniciei uma roda de Terapia Comunitária na maternidade de um hospital em Brasília. Unindo duas paixões a TC e a maternidade, com seus bebês. Estou contando com o grande apoio de Fátima, terapeuta comunitária, que aceitou este desafio. Inicialmente tivemos algumas dificuldades, burocracias, mas iniciamos. Contamos com o apoio da psicóloga desta maternidade, que é apaixonada pelo que faz.
O grupo é formado por mães nutrizes que estão com seus bebês internados. Iniciamos falando das coisas boas da vida e todas queriam celebrar a vida do filho: “o meu fez um mês ontem, teve até festa!”. O primeiro momento teve lágrimas de alegria por ter um filho vivo, especialmente de uma mãe que anteriormente perdeu o filho em condições bem semelhantes, morte neonatal. Também destacaram a importância do apoio que uma mãe dá pra outra ali no hospital, elas se confortam e se fortalecem entre si.
Foto apenas ilustrativa
No primeiro encontro o tema que surgiu com força total foi o medo. Várias delas (todas elas, eu acho) compartilham da angústia, do pavor que as assombra a cada minuto: a possibilidade de perder o filho, de ele vir a óbito a qualquer momento. Uma mãe contou sobre o seu medo: “eu sempre verifico se meu filho está respirando” outra disse: “quando me chamam no quarto eu já tremo de medo”. Viver com esta expectativa é angustiante. A morte pode bater na porta a qualquer hora. Há bebês com apenas um quilo e cem gramas.
Perguntei como elas lidavam com este medo. Cada uma apresentou sua estratégia para conviver com o medo. Uma fica pensando no futuro, em ela e a filha saindo do hospital; outra pede animo a Deus, que a fortalece; e há as que tentam pensar em coisas boas, além do hospital. Ao final, destacamos que o medo de perder um filho é um eterno sentimento materno, e que elas terão que conviver com este sentimento para sempre.