domingo, 22 de setembro de 2013

Situação dos filhos com pais em novo relacionamento

Muitas vezes nos sentimos irritados, nervosos e não sabemos o porquê. Às vezes é preciso que alguém nos ajude, através de perguntas, a entender o que de fato nos deixa com o estopim curto. O tema escolhido nesta última roda de terapia foi, inicialmente, a questão de brigar constantemente com a mãe.
Pois bem, após ouvirmos a jovem fizemos várias perguntas a ela e chegamos a dois pontos de sua vida que ela considerou mais importantes do que as discussões em casa. Ela sente que a mãe preferiu o padrasto a ela e tem dificuldades em perdoá-los por uma série de questões que seria muita indiscrição descrever aqui.
Bem, o tema ficou entre rejeição e dificuldade de perdoar. Aqui eu vou de falar sobre o sentimento de rejeição quando os pais entram em um novo relacionamento. Quando ele surge? Por que?
É saudável que pessoas separadas e com filhos se envolvam em novos relacionamentos. Porém, é comum que estes pais se dediquem mais ao novo relacionamento que aos filhos (pelo menos no início da paixão) deixando, com frequência, os filhos com a babá ou parentes. É legítimo encontrar outra pessoa e reconstruir a vida conjugal. Mas não é nada bom dedicar-se apenas a este novo amor em detrimento dos filhos, especialmente quando ainda são pequenos. É neste contexto que surge o sentimento de rejeição e possivelmente de baixa autoestima.
Os filhos pequenos sofrem intensamente com a falta dos pais. Mandar a filha (a exemplo da jovem que trouxe seu problema na roda) sair de casa, para morar com a tia, porque ela não se relaciona bem com o padrasto é no mínimo desumano com a criança. Por outro lado, abrir mão de relacionar-se por conta dos filhos é desumano consigo. Lembre-se de que filhos crescem e um dia poderão dizer: “mãe, você não refez sua vida amorosa porque não quis”. Nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Então, o que fazer? Penso que buscar o equilíbrio é o mais apropriado. Se os filhos são pequenos devem estar sempre em primeiro lugar, sempre. Namore, mas seu filho pequeno deve saber, sentir e vivenciar que são as pessoas mais importantes para você. Não abra mão de viver sua vida, de se apaixonar, por conta dos filhos. Mas seja responsável com as pequenas vidas que você trouxe ao mundo.
A jovem da nossa história escolheu o tema perdão, pois ainda não perdoou a mãe por a ter rejeitado (pelo menos é este o seu sentimento). Hoje, a mãe não vive mais com o companheiro, a filha voltou para casa, mas o relacionamento com a mãe é péssimo.