domingo, 26 de dezembro de 2010

A magia do natal na arte da reformulação do ser (Nélio Azevedo)

Deus sacrificou seu único filho para te salvar Com esse gesto produziu uma cor - o amar Seus ensinamentos criaram outras cores Para que te construa, também, com valores Dentre outras coisas, te fez livre e inteligente Daí em diante, deu as tintas para que cada um se pinte Não te impede que peça alguém para fazê-lo Mas não se responsabiliza se não resultar num modelo Como colocar em prática os objetivos dessa missão Se faltavam instrumentos para facilitar a ação? Visando à criatividade, como a textura pastel Ofereceu o pincel Para numa tela em branco te pintar Ou em outra precisando de se reformar Ele oportunizou a motivação Como produtora de emoção Quando Jesus menino foi pintado para cumprir sua missão Foi esperado com festa em conjunção de coração Por isso, nem precisa de inspiração Use esse modelo cristão Visando sarar as feridas da sua época infantil Que é o que incomoda em cada adulto, de pueril Neste caso é seu próprio nenê Que só espera isso de você Faça escolhas com a íris Das cores do arco-íris Não se esqueça da magia Nem economize na energia Comprometa-se com o novo Que te resgate do ovo Mude o que não podia Construa sua autonomia Adicione nesse infante os ritos Seja tolerante com os gritos Preencha espaços com correria Pra que ele só tenha alegria Investigue as cores da tristeza, Substitua tudo por beleza Identifique o tom da dor E cubra-o todo com amor Cuide dos olhos com atenção Selecione o canal da satisfação Substitua as gotas do amargoso Pelas do brilho gostoso O sacrifício de Jesus não foi inútil Ele não faria isso por alguém fútil Não poupe pinceladas de orgulho de ti, Pois há registros do sangue e do amor dele por ti! Não cuide só da emoção Ou do que for crítico Fortaleça com tinta o coração Combine cores que desenvolvam o corpo e enfatizem espírito Pincelando no corpo um templo, um ninho, Retribua todo esse imenso carinho Destacando a intensa cor da bondade Para que se harnonize com a cor da divindade Você, que está sendo produzido, se não estiver sendo atendido Desgrude da tela, use a paleta para combinar o que te faz sentido Crie um matiz do poder, que foi herdado Para valorizar o que foi por ti realizado Tenha coragem de acrescentar algo mais do que quiser Receba tua criança restaurada pela fantasia da chaminé Seja, também, o presente dela - barba branca, gorro, roupa, tudo vermelho Dançem uno com a sinfonia das estrelas, como com a tua imagem no espelho É preciso ousar com o que se faz Para se ter um Natal da cor da paz. É preciso muita coragem para fazê-lo, Não é apenas esperando merecê-lo. Então, instrumentalizado, construa neste natal Utilizando todo esse arsenal Objetivando a reformulação do serEssa belíssima obra – você!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Matéria sobre a TCI no Correio Braziliense (Clique aqui)

O Correio Braziliense fez uma matéria, de Márcia Neri, sobre a Terapia Comunitária (TC). Eles entrevistaram o Dr. Adalberto Barreto e visitaram dois grupos de TC em Brasília: dos Correios e do TST. Clicando no título desta postagem você tem acesso à matéria, com o depoimento de alguns participantes e trecho de um artigo meu.

A foto é do grupo que eu participo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A TC como formadora de novos padrões vinculares (parte 1)

Incluir socialmente um indivíduo ou uma classe social parece ser tarefa do Estado. Porém, acreditamos que nós como cidadãos podemos e devemos colaborar com o desenvolvimento psicoafetivo e social do nosso próximo. Os jovens deste grupo e de muitos outros espalhados pelo Brasil sentem falta de apoio social, estão expostos à violência e outros estressores, não têm muita perspectiva de futuro. Tudo isso porque a ausência da figura de apego por trocas de cuidadores, associadas a perdas e separações precoces geram um sentimento de desamparo e impotência. Ninguém escolhe a família, o bairro ou o país onde nascer nenhum ser humano escolhe ser um excluído, viver à margem da sociedade e não ter acesso à educação superior. A exclusão “ao mesmo tempo em que molda a subjetividade do indivíduo, caracterizando-o muitas vezes como um ser que não pode criar, mas que deve repetir, esvazia-o das condições que o possibilitariam transcender uma compreensão imediata e estática da realidade” (Costa, 2004). Na TCI descobrimos que o desamparo, através do abandono e da exclusão, pode ser transformado pela capacidade de resiliência do participante, que é revelada e desenvolvida no grupo. É possível transcender a moldura imposta à subjetividade, a partir do momento em que o indivíduo tem compreensão da sua condição social, tem oportunidade de refletir sobre si e conhecer novas possibilidades de interação social. De alguma forma, por mínima que seja, podemos fazer algumas escolhas na vida. Se o excluído tiver alguma oportunidade de escolha ele viverá de uma forma distinta da que lhe fora determinada no “berço”, no mínimo mais consciente. Uma ação terapêutica grupal, como a Terapia Comunitária pode ser uma via que possibilita a inclusão social. Sentir-se incluído, aceito e valorizado na família viabiliza a inserção em outros grupos da sociedade. Quando a família falha há a possibilidade de ser aceito na escola e se esta também se mostra ineficaz os “amigos”, através das gangues ou o uso de drogas, certamente, preencheram esta falta. Jovens que não estabeleceram uma quantidade razoável de vínculos seguros podem encontrar na TC a oportunidade de novos padrões de vínculos saudáveis.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Não desistir do outro que está doente

A roda de hoje mal terminou e já corri pra “blogar”. O Mismec-DF está visitando todas as rodas do DF e a nossa foi a primeira a receber dois terapeutas: Iris e Pedro. Foi uma alegria recebê-los. A idéia é realizar um recadastramento de todas as rodas e terapeutas atuantes. Se você tem uma roda de TC procure o Mismec-DF, se aproxime, o Mismec-DF quer estar mais próximo de você em 2011. Eu estou amando a idéia. Vamos ao tema desta TC, a penúltima roda do ano. Uma participante trouxe sua preocupação e angústia com um sobrinho que está ‘vivendo’ no mundo das drogas. Ela disse: me sinto muito fraca, incapaz de ajudá-lo, meu coração dói. Eles cresceram juntos, como irmãos e ela não sabe o que fazer para ajudá-lo. Lancei o seguinte mote: Quem já se sentiu angustiado querendo ajudar alguém e o que fez pra superar esta angústia? Houve várias respostas: eu esperei a pessoa pedir ajuda; eu orei a Deus; eu me mostrei disponível; eu fui ao encontro da pessoa; eu fiz a minha parte, orientei e ofereci ajuda de forma concreta; eu e minha família superamos as dificuldades com AMOR. Concluímos, com a restituição a pessoa angustiada, que quando ela pensa não ter mais força descobre uma brasa no coração que a desperta, a brasa se converte em labaredas de fogo, que a capacita a não desistir da pessoa que ama.