segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Matéria que publicada na intranet do TST sobre a roda de TCI

Compartilho, em parte, a matéria que saiu na semana passado na intranet do TST. Neste mês a nossa roda completa 5 anos.
"Servidora do TST há 20 anos, a também psicóloga e coordenadora da Roda de Terapia Comunitária do Tribunal, Teresa Freire lança o livro “A Terapia Comunitária integrativa no Cuidado da Saúde Mental”. Este é o segundo livro em que a psicóloga, em parceria com os doutores Maria Henriqueta Camarotti e Adalberto Barreto, trabalha o tema Terapia Comunitária Integrativa (TCI).
Neste livro, a relação entre a TCI e os princípios e práticas da saúde mental são discutidos a partir da Reforma Psiquiátrica no Brasil. A obra reflete sobre o papel da Terapia Comunitária Integrativa nas propostas terapêuticas da saúde mental e ressalta a importância desta metodologia no desenvolvimento da autonomia e da cidadania das pessoas com sofrimentos psíquicos do cotidiano, assim como portadores de transtornos psíquicos leves, moderados e graves.
Mestre em psicanálise na área de maternidade, Teresa aborda, no capítulo “Terapia Comunitária Integrativa no cuidado da saúde mental da mulher na gestação e no puerpério”, como esse tipo de terapia é uma estratégia importante para cuidar da saúde mental, prevenindo doenças nas mulheres que estão passando por esta etapa da vida. “Quando a boca cala o corpo fala, e quando a boca fala o corpo sara”, afirma.
Terapia Comunitária no TST
Há cinco anos Teresa coordena a Roda de Terapia Comunitária no TST, que atende os colaboradores terceirizados da área de conservação e limpeza do Tribunal. O encontro se dá todas às sextas-feiras às 14h, no térreo do bloco B. No começo, a iniciativa da servidora era apenas de sua responsabilidade. Hoje, porém, a Roda faz parte dos programas do Comitê de Sustentabilidade do Tribunal, do qual Teresa é integrante.
A psicóloga ressalta que a Roda não é uma psicoterapia, e sim uma metodologia para ajudar as pessoas a resolverem seus problemas e compartilharem angústias, experiências e aprendizados. As regras são claras: não é permitido dar conselhos e falar de terceiros; falar de si mesmo é essencial para o resultado da terapia. Deste modo, os integrantes vão aprendendo a ver a vida de outra forma e passam a perceber o ponto de vista do outro. “O segredo da terapia é fazer a pergunta certa e finalizar a reunião com uma pergunta que permita uma reflexão”, diz.
Os resultados são positivos, e Teresa afirma que estes encontros “trazem mais humanidade ao ambiente de trabalho”. Ela conta que integrantes que saíram do Tribunal ainda fazem constantes visitas ao grupo, e dão seus depoimentos relatando como a Roda de Terapia Comunitária  foi importante para a superação de algum problema.
O grupo já chegou a ter 78 integrantes, porém com a rotatividade dos funcionários terceirizados, que frequentemente são demitidos ou transferidos, este número varia, e atualmente está menor - são cerca de 10 participantes assíduos. Para fazer parte do grupo, basta comparecer às reuniões.
(Líllian Couto – Estagiária/MC)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O dia em que me tornei uma mãe desnecessária


Na semana passada eu precisei sair de casa durante a madrugada. Logo, eu não estaria em casa para acordar meus filhos para irem à escola. Eu estava muito preocupada, pensei em várias possibilidades para suprir a minha falta. Então, o meu filho de 16 anos disse: mamãe, não se preocupe, você é desnecessária!
“Desnecessária, eu?” Como assim? Eles não despertariam sem mim, não tomariam café, não escovariam os dentes, não iriam à escola na hora certa. O primeiro impacto foi: Que horror! Depois ele disse: “Se você estiver junto, ótimo, se não, eu dou conta.”
Tornar-se um pai ou uma mãe desnecessária não é tão ruim assim. Parei pra pensar que se meu filho “dá conta” é porque eu fiz bem o meu papel de mãe e educadora. Tornar-se uma mãe desnecessária traz uma sensação de dever cumprido, de realização. Tornar-se uma mãe desnecessária é como receber um atestado de competência, um certificado ISSO qualquer coisa. 
Comparo nosso papel ao das rodinhas da bicicleta, que servem para ensinar e gerar autoconfiança. Ao aprendermos a andar de bicicleta as rodinhas se tornam desnecessárias. Um jovem de 20 anos que necessite de rodinhas na bicicleta deve ter algum problema de equilíbrio ou de aprendizagem. Assim são os pais, se educam e transmitem autoconfiança, tornam-se desnecessários. Pais de filhos pequenos, gastem muito tempo com seus filhos hoje, dediquem-se a eles, para que no futuro vocês possam viver suas vidas sem culpa e com filhos independentes.
Eu sai no meio da madrugada, às seis da manhã não lembrei de ligar para acordá-los, saber se tomaram café ou se escovaram os dentes. Bem, eles não tomaram café e não escovaram os dentes...mas chegaram na escola na hora certa. Foi uma oportunidade para eles aprenderem a fazer do jeito deles e para mim, o início de me tornar livre de responsabilidades rotineiras, porque quem é mãe nunca se sentirá totalmente desnecessária. A qualquer tempo, enquanto viver, eu estarei disponível para as questões em que a minha presença for essencial.