quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A liberdade do outro vai até onde começa a minha

Esta foi nossa última roda antes das minhas merecidas e esperadas férias! Éramos muitas nesta sexta, todas mulheres, e quase todas participaram. Na chegada conversávamos sobre nossos animais de estimação, nossa relação com eles e o luto ao perdê-los. Só após muitas partilhas sobre nossos bichinhos é que efetivamente iniciamos a nossa roda de terapia.
O tema da roda surgiu deste bate-papo inicial. Uma participante contou que ao viajar a vizinha pegou sua cachorra e sumiu com ela e seus filhotes. Disse ter se sentido invadida. Então propus o seguinte tema: Quem já invadiu o espaço do outro? E o que aprendeu com isso? (paralelamente trabalhamos o posto: sentir-se invadido).
Houve vários relatos, como a mãe que lia as cartas que o filho recebia da namorada, antes de ele ler, e da esposa que pegou o chip do celular do marido e descobriu que ele tinha uma amante. Mas uma outra história destacou-se, a de uma jovem que exigiu que o marido fornecesse a ela todas as senhas de e-mails e redes sociais, com a condição de que terminaria o casamento.
O marido fez o que a esposa pediu e ela não encontrou nada acerca da possível traição. Ela continua acessando as contas dele, com a "esperança" de flagrá-lo. Perguntamos como ela se sentiria se fosse o oposto. Ela tentou desconversar, mas reconheceu que não daria a senha, que não seria legal ter alguém "fuçando" a sua vida virtual. E disse mais: "faço isso porque sei que um dia vou perdê-lo" (sobre isso escreverei no próximo post).
Concluímos que se não gostamos de ser invadidos não devemos invadir, afinal: "A minha liberdade vai até onde começa a do outro" e vice-versa. É tão fácil falar, difícil é enxergar este limite e respeitá-lo. Entendo que a falta da individuação faz com que nos sintamos misturados aos outros e com este direito de querer saber tudo sobre o outro, especialmente se o amamos ou odiamos.