terça-feira, 23 de março de 2010

Meu problema são umas baratinhas que não querem morrer...


Um dia, em uma sessão, havia 32 participantes, eu perguntei quem tinha algum problema pra compartilhar, algo que está incomodando e precisa ser colocado pra fora. Silêncio total. Dava pra ouvir o coração da pessoa que estava ao meu lado. Eu insisti e insisti. Uma Senhora levantou a mão e disse: "eu tenho um problema que tá me tirando o sono, penso nisso o dia inteiro porque não encontro uma solução. Alguém aqui sabe me dizer que veneno mata umas baratinhas brancas, que não morrem por nada?
Eu, como terapeuta, pensei em sumir. E agora? Será que outra pessoa vai falar um problema mais interessante? Um problema psicológico, uma tragédia pessoal? Silêncio total. Será que hoje vamos falar sobre veneno de pra barata? Então eu lancei o mote: Quem aqui já teve uma praga em sua vida?
As respostas foram surpreendentes e emocionantes. Histórias de mulheres que foram perseguidas pelos maridos (pragas em suas vidas) e conseguiram fugir deles, mudando de cidade ou denunciando. Uma jovem disse que ela havia sido uma praga na vida de alguém: eu perseguia o cara...era louca por ele...não dava paz, nem pra ele e nem pra mim. Após muito sofrimento ela mudou-se para Brasília para evitá-lo.
A TC é assim, quando menos se espera as histórias e experiências de vida se revelam. Saber ampliar o tema, dar a ele um outro sentido, transitar do concreto para o abstrato é algo que temos aprendido nas rodas.

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