segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A TC como formadora de novos padrões vinculares (parte 2)



De acordo com Bolwby (1989) as experiências primárias com o cuidador (pais ou responsáveis) iniciam o que depois se generalizará nas expectativas sobre si mesmo, dos outros e do mundo em geral, implicações importantes na personalidade em desenvolvimento. A imagem interna adquirida é considerada a base para todos os relacionamentos íntimos futuros. A pessoa adquire, na infância, um padrão de apego que reproduz ao longo da vida, nos relacionamentos sociais e parentais.
Nos casos de famílias abusivas, a construção da representação mental infantil tende a se dar de forma rígida, mal adaptada, inapropriada. Nesses casos a confiança da criança de que as pessoas podem compreender umas às outras através de seus próprios sentimentos é destruída (Dalbem & Dell’aglio, 2005). O que pode inibir a capacidade de o adolescente de se envolver em relacionamentos de apego mais intenso.
Com o passar do tempo a teoria do apego tomou diversas direções. Aqui nos interessa destacar uma destas vertentes: estudos sobre a ocorrência de eventos ao longo do ciclo da vida que possibilitam a mudança do tipo de apego. A TCI é uma forma de oferecer aos adolescentes e crianças um novo modelo vincular que eles poderão expandir para suas vidas.
Na TCI cremos na capacidade de resiliência do ser humano, a capacidade que possuímos de superar e transformar nossas experiências sofridas. A TCI “é um espaço de promoção da resiliência, pois pela partilha de experiência de vida os indivíduos reforçam a auto-estima, fortalecem os vínculos interpessoais, bem como estimulam a autonomia”. (Barreto, 2005, p. 99/100).Por acreditar no poder da TCI na formação de vínculo nós, terapeutas comunitários, estamos sempre atentos às necessidades do grupo.

Um comentário:

  1. Muito bonito o papel da terapia comunitária, resgatando a importância dos vínculos e a aposta real que eles possam mudar para melhor. São realizações práticas como essa que nos faz de fato nos sentir úteis na prática da psicologia. Eu vejo muito sentido em seus relatos, são muito verdadeiros.
    Vou continuar lendo as postagens.

    abraços

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