segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Algumas reflexões sobre a papel do terapeuta comunitário ( por Nicole Hugon)

A Terapia Comunitária exige da parte do terapeuta comunitário:
  • Um bom domínio da técnica de animação do grupo de TC.
  • Um trabalho pessoal de conscientização e crescimento, sobretudo na percepção de suas próprias pérolas: descoberta de seus recursos e competências adquiridas na superação de suas dificuldades, lhe permitindo confiar na capacidade do outro quando na superação dos obstáculos e na busca de soluções.
  • Um engajamento na comunidade com a qual compartilha o mesmo objetivo de crescimento e melhor qualidade de vida.

Nessas três dimensões é fundamental que o terapeuta caminhe ao lado da comunidade ao invés de uma atitude de cima para baixo. A ética da TC, seu valor fundamental, reside, sem duvida, nas possibilidades da relação horizontal, rompendo com o esquema tradicional da função do cuidador ou expert, onde aquele que sabe deve assumir uma posição vertical sobre aquele que sofre. Para nos, profissionais do cuidado, assumir a horizontalidade exige um esforço consciente sobre si mesmo, sempre renovado, jamais vencido a priori, qualquer que seja nossa boa vontade. Se trata de uma revolução cultural penosa. Ela exige, portanto, contradizer nossa ética profissional quotidiana, que nos propicia a responsabilidade solitária de competência e eficácia. Nosso risco permanente é regredir a posição original sempre que nos sentirmos em dificuldade no seio do grupo, por uma razão ou por outra.

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