domingo, 1 de julho de 2012

Primeira roda de TC com mães e seus bebês na UTI

Semana passada conclui uma etapa da minha vida: o mestrado. Então, é hora de novos projetos. Pois bem, iniciei uma roda de Terapia Comunitária na maternidade de um hospital em Brasília. Unindo duas paixões a TC e a maternidade, com seus bebês. Estou contando com o grande apoio de Fátima, terapeuta comunitária, que aceitou este desafio. Inicialmente tivemos algumas dificuldades, burocracias, mas iniciamos. Contamos com o apoio da psicóloga desta maternidade, que é apaixonada pelo que faz.
O grupo é formado por mães nutrizes que estão com seus bebês internados. Iniciamos falando das coisas boas da vida e todas queriam celebrar a vida do filho: “o meu fez um mês ontem, teve até festa!”. O primeiro momento teve lágrimas de alegria por ter um filho vivo, especialmente de uma mãe que anteriormente perdeu o filho em condições bem semelhantes, morte neonatal. Também destacaram a importância do apoio que uma mãe dá pra outra ali no hospital, elas se confortam e se fortalecem entre si.
Foto apenas ilustrativa
No primeiro encontro o tema que surgiu com força total foi o medo. Várias delas (todas elas, eu acho) compartilham da angústia, do pavor que as assombra a cada minuto: a possibilidade de perder o filho, de ele vir a óbito a qualquer momento. Uma mãe contou sobre o seu medo: “eu sempre verifico se meu filho está respirando” outra disse: “quando me chamam no quarto eu já tremo de medo”. Viver com esta expectativa é angustiante. A morte pode bater na porta a qualquer hora. Há bebês com apenas um quilo e cem gramas.
Perguntei como elas lidavam com este medo. Cada uma apresentou sua estratégia para conviver com o medo. Uma fica pensando no futuro, em ela e a filha saindo do hospital; outra pede animo a Deus, que a fortalece; e há as que tentam pensar em coisas boas, além do hospital. Ao final, destacamos que o medo de perder um filho é um eterno sentimento materno, e que elas terão que conviver com este sentimento para sempre. 

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