O
grupo é formado por mães nutrizes que estão com seus bebês internados. Iniciamos
falando das coisas boas da vida e todas queriam celebrar a vida do filho: “o
meu fez um mês ontem, teve até festa!”. O primeiro momento teve lágrimas de
alegria por ter um filho vivo, especialmente de uma mãe que anteriormente perdeu
o filho em condições bem semelhantes, morte neonatal. Também destacaram a
importância do apoio que uma mãe dá pra outra ali no hospital, elas se
confortam e se fortalecem entre si.
Foto apenas ilustrativa |
No
primeiro encontro o tema que surgiu com força total foi o medo. Várias delas (todas
elas, eu acho) compartilham da angústia, do pavor que as assombra a cada
minuto: a possibilidade de perder o filho, de ele vir a óbito a qualquer
momento. Uma mãe contou sobre o seu medo: “eu sempre verifico se meu filho está
respirando” outra disse: “quando me chamam no quarto eu já tremo de medo”. Viver
com esta expectativa é angustiante. A morte pode bater na porta a qualquer
hora. Há bebês com apenas um quilo e cem gramas.
Perguntei
como elas lidavam com este medo. Cada uma apresentou sua estratégia para
conviver com o medo. Uma fica pensando no futuro, em ela e a filha saindo do
hospital; outra pede animo a Deus, que a fortalece; e há as que tentam pensar
em coisas boas, além do hospital. Ao final, destacamos que o medo de perder um
filho é um eterno sentimento materno, e que elas terão que conviver com este
sentimento para sempre.
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