terça-feira, 28 de junho de 2011
Uma dinâmica que favorece a expressão, a fala, no grupo
domingo, 5 de junho de 2011
Espaço para escuta, do luto por óbito fetal, em hospitais
Uma grávida carrega em sua bagagem inconsciente e gestacional todas as suas fantasias de menina segundo o modelo identificatório materno-feminino. Quando uma mulher dá à luz um filho saudável ela vivencia um luto em relação ao bebê imaginário. Porém, o luto materno por perda habitual de feto é ímpar. Óbito fetal é a morte do feto após a 20ª semana, quando a mulher sofre perdas fetais habituais ela é ferida narcisicamente. Para Freud o luto não é uma condição patológica é um sofrimento legítimo por alguma perda. O natimorto não possui certidão de nascimento, nem nome.
Nomear o filho facilita o desinvestimento da mãe na gravidez anterior e investimento na atual. A nomeação do filho estrutura a percepção da mãe e organiza suas sensações. Esta apresentação tem como objetivo oferecer reflexões teóricas e práticas acerca da experiência de atendimento em grupo com gestantes que sofreram óbito fetal. Os atendimentos objetivam a prevenção e a promoção da saúde mental entre as gestantes.
Os encontros com as gestantes acontecem no ambulatório pré-natal do Hospital Universitário de Brasília e são semanais.
Identificou-se falta de reconhecimento social do luto por óbito fetal e de apóio dos profissionais e de iniciativa pública destinada ao enfrentamento dos problemas de saúde da mulher no cuidado com o luto. Os efeitos da negação do luto são nefastos para o psiquismo da mãe, pois obstrui a possibilidade de representação do filho, com prejuízo do teste de realidade. Sugere-se a criação de um espaço de escuta para que a mãe possa ressignificar os sentimentos vivenciados neste contexto, capacitação de profissionais da saúde.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Egoísta, eu?
Na semana passada o tema foi trazido por uma jovem estudante que tem participado do nosso grupo nos últimos dois meses. Segundo ela o seu namorado tem falado que ela é egoísta. Perguntei se ela concordava e ela disse: “Eu acho que sou egoísta mesmo!”
Enquanto ela falava fizemos várias perguntas com o objetivo de que ela percebesse quando começou a agir desta forma, o que a levou a ser assim. Ela contou que quando era pequena passou um período muito doente, ficava internada por meses. Nesta época sua mãe ficava por conta dela, cuidando e paparicando.
No momento da partilha um participante contou que por ter sofrido muito na vida decidiu ser egoísta e orgulhoso, como uma forma de se proteger. Nos relacionamentos amorosos ele diz não se entregar para não sofrer e que prefere que a parceira sofra. Outra pessoa contou que também se sente egoísta na relação com o marido e que ele reclama de suas atitudes.
Parece que só identificamos nosso egoísmo na relação com o outro se estamos sós ou se alguém não nos mostra nossa postura não a percebemos. Por outro lado é complicado afirmar que somos egoístas só pelo olhar do outro. E se o outro for o egoísta da relação e quiser que eu ceda cada vez mais com este argumento?
No caso trazido pela jovem ela se reconhece como egoísta e diz querer mudar para se relacionar melhor com o namorado e os amigos. Ela quer ver o lado do outro, o que parece ser muito saudável. Concluímos que quando o assunto é egoísmo devemos buscar o equilíbrio, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar! Nem ficar com a coberta toda, nem ficar descoberto!