sábado, 12 de março de 2011

Resiliência: Rejeição e amor próprio

Iniciamos a roda com uma dinâmica muito especial, conduzida por um colega, terapeuta corporal. Ele apresentou a atividade como uma vivência de aceitação e conduziu o grupo a aceitar a sua realidade (família, amigos, trabalho, colegas, salário, adversidades etc...). Após este momento fizemos uma avaliação e tiveram a oportunidade de falar como se sentiu na vivência. Então abrimos para a contextualização. Aproveitei o gancho sobre a aceitação da vida como ela é e perguntei: Qual a sua maior dificuldade de aceitação? Dentre as dificuldades apresentadas o grupo escolheu trabalhar a questão de Paula (nome fictício), que não aceita a forma como a mãe a trata: com menosprezo. Paula conta que desde criança se sentia rejeitada por sua mãe, hoje, já adulta a rejeição é ainda maior, sua mãe desconsidera até as netas. Percebi que o tema havia mudado: de aceitar a mãe para ser rejeitada por esta. Então perguntei ao grupo: Quem já se sentiu rejeitado (a) e como fez para superar? Todos começaram a pipocar, a se identificar com o tema, houve vários depoimentos, mas uma história me chamou atenção: Um rapaz contou que sua mãe o deixara em Minas, com a tia, quando ele tinha um ano e treze dias. Aos 13 anos ele veio morar com os pais, uma família estranha. Ele não conhecia os pais. Nunca mais voltou pra sua terra e hoje ele disse que aprendeu que deveria se amar. "Vi que ninguém me amava, então resolvi gostar e cuidar de mim". Jesus nos ensina que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmo. Isto quer dizer que só podemos amar o outro se nos amarmos primeiro. Amando a si ele poderá amar os outros e quando tiver seus filhos poderá amá-los. Parece que este participante está no caminho certo, rompendo o ciclo vicioso da falta de amor. Percebi neste jovem um exemplo de resiliência, ele foi capaz de transformar a falta de amor, em amor por si e pelos outros.

2 comentários:

  1. Sou de Sorocaba interior de SP e estou dirigindo rodas de terapia que esta sendo implantada na atençao basica da minha cidade, descobri o seu blog e sempre entro para ler suas postagens. Elas que me ajudam bastante, pois sempre aparecem temas parecidos...Obrigado pela generosidade de compartilhar suas experiencias!!!

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  2. Raquel, fico muito feliz em saber disso.Sucesso no seu trabalho, qualquer coisa é só entrar em contato.
    Obrigada pelo carinho!

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