quarta-feira, 9 de março de 2011

Quando o medo de sofrer paralisa

Algumas vezes o medo de vivenciar tudo que já nos fez sofrer nos paralisa, mesmo quando não temos consciência disso. Nesta semana uma participante muito querida, que está no grupo desde 2008 nos conta que está muito angustiada com a possibilidade de reaproximação com o ex marido. A separação fora muito dolorosa, por traição, agora ele almoça lá todos os dias e pediu a chave da casa. Ela tem dificuldades de dizer não e quando o faz se sente culpada. Assim, ele foi chegando e ela paralisando. Por medo de uma nova rejeição ela não consegue agir/reagir. Forma-se um círculo vicioso, quando as sensações provocam mais medo e o medo provoca mais sensações, que provocam... por defesa ficamos como uma estátua, imóvel. Quando paralisamos, ficamos vulneráveis, permitimos que o outro se aproxime e controle a situação. É preciso, de alguma forma, sair da zona de “conforto”. Tirar as amarras e caminhar livremente. Acredito que medo pode ser desejo. Medo de reatar seria desejo de reatar. Medo de sofrer seria desejo de sofrer tudo outra vez. Quero deixar claro que estou falando de um nível inconsciente, não é racional. Conscientemente ninguém quer sofrer, se punir, ou achar que merece pagar por algo. Quanto a nossa amiga, eu penso que a pergunta não deve ser: eu devo reatar com ele? Penso que a pergunta deveria ser: eu quero reatar? E agir, caminhar, em função da resposta. Se eu quero reatar eu posso arriscar. A beleza da vida está em arriscar-se, lançar-se para experimentar o novo, ou dar uma nova chance ao velho. Imobilizado (a) pelo medo você não pode viver livremente. Ao final da nossa roda eu disse à participante: seja qual for a sua escolha a faça com dignidade e respeito por si. Seja qual for a sua escolha a faça por você e por mais ninguém!

2 comentários:

  1. Tê, li o livro do Padre Fábio de Melo, cujo o título é Quem me roubou de mim? e fala exatamente do medo que temos em romper com algo que nos fez paralizar. Como ele define é o sequestro da subjetividade, algo que nos rouba e não somos capazes de dar um fim e voltar a viver com liberdade.
    Parabéns pelos temas abordados.
    Beijos de sua colega de trabalho
    Juliana Bernardes

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  2. Tê, li o livro do Padre Fábio de Melo, cujo o título é Quem me roubou de mim? e fala exatamente do medo que temos em romper com algo que nos fez paralizar. Como ele define é o sequestro da subjetividade, algo que nos rouba e não somos capazes de dar um fim e voltar a viver com liberdade.
    Parabéns pelos temas abordados.
    Beijos de sua colega de trabalho
    Juliana Bernardes

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