sexta-feira, 25 de março de 2011

Histórias que se repetem...ou não!

O tema escolhido foi o de Ana: seu irmão está em crise de abstinência do álcool e tem apresentado alucinações persecutórias, o que desestabiliza e apavora toda a família. No momento da partilha um participante compartilhou sua história: meu pai bebeu a vida toda, hoje meu irmão também é alcoolatra e dá muito trabalho para toda a família. Outra participante contou que seu sogro bebeu por mais de 30 anos, como seu esposo, no período de abstinência ele teve muitas alucinações, mas que a família o apoiou e ele superou o vício por muitos anos. Uma terceira pessoa também tem um pai alcólatra, mas que ela quis construir uma família sem vícios, na casa dela não entra bebidas.
Percebeu-se que as histórias familiares se repetem: Pais com vícios observam que seus filhos desenvolvem vícios. Mas uma das participantes fez diferente na sua idade adulta. Falamos mais uma vez de resiliência. Quando somos feridos, magoados ou vemos nossos pais se destruindo, podemos crescer e fazer as mesmas coisas com os nossos filhos. Mas também podemos fazer diferente, podemos transformar nossas dores em alegrias. Quem nunca recebeu amor pode ser profundamente amoroso com os filhos.
Na terapia comunitária percebemos que temos a nossa frente um quadro em branco e que não precisamos copiar o que nos foi ditado. Podemos, com muito esforço, escrever algo novo. Ao fecharmos a roda convidei cada um a pensar na sua família e quais comportamentos se repetem. Depois refletimos sobre o que cada um tem feito inconscientemente que é idêntico aos comportamentos que antes eram criticados. Por fim pedi que todos ficassem atentos aos seus sentimentos e ações no decorrer da próxima semana.

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