Terapia Comunitária no TST fortalece autoestima e reforça cidadania dos terceirizados

O principal motor da terapia comunitária, afirma a psicóloga, é o reforço da autoestima que ela traz aos participantes, fruto do autoconhecimento gradualmente adquirido. Como resultado, eles passam a ter consciência de sua própria importância e atentam para sua cidadania, seus direitos e deveres; passam ainda a sonhar, e com isso reconhecer desejos, estabelecer objetivos, metas. A cada início de ano é perguntado aos integrantes qual sua meta para o período, e isso é periodicamente relembrado. No processo, são partilhadas estratégias para a consecução do objetivo.
Teresa conta que, no início da terapia, os participantes tinham dificuldades de falar de si, e a discussão ficava muito no coletivo, em questões como problemas no trabalho. “Eles eram tímidos para usufruir de direitos simples, como pegar um atestado de saúde quando necessário”, conta ela. Houve, então, um período para orientação sobre essas questões. Com o passar do tempo e o ganho da confiança mútua, a fala passou a ser sobre o eu de cada um, e os participantes foram conseguindo partir do mundo concreto para o abstrato.
Hoje, como disse A., uma integrante há um ano e 10 meses, há muito companheirismo e muita coragem da maioria de falar sobre sua vida. “Um dá força para o outro para se soltar”, afirma. E eles vêm se soltando mesmo. S., por exemplo, afirmou que nunca havia conseguido ler em público na vida, nem manifestar carinho dando abraço num colega. Com a terapia, “isso agora é fácil”, diz ela. Já V., que chegou na roda com depressão há dois anos, conseguiu, com a ajuda da terapia, buscar ajuda e hoje está praticamente livre da doença. De acordo com ela, “aprendi a me abrir na roda, a falar de mim e a escutar o que os outros dizem”, o que ajudou no processo de recuperação da depressão. Já I., que participa “quando pode”, a terapia comunitária trouxe mais calor humano ao Tribunal, e para ele “deveria haver mais rodas no TST e em outros lugares da vida, porque essa troca faz com que a gente passe a falar, ouvir, compartilhar e, especialmente, confiar”.
(Marta Crisóstomo)
Texto retirado da intranet, na página do TST, acessado em 20/09/2010.