sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quando o estranho nos fascina

Em nossa roda de TCI, com os adultos, tivemos um tema bastante forte. Como comentou uma participante, após a terapia: “eu nunca vi uma coisa tão cabulosa”. O diferente causa estranheza e atrai. Havia muitos novatos, éramos 18 participantes com sete novatos. Expliquei detalhadamente como funciona uma roda de Terapia Comunitária, temos regras, tempo pra celebrar, pra brincar/confraternizar e um momento de falar sobre o que nos tira o sono, nos preocupa e um desses temas apresentados seria o escolhido naquele dia. O tema que a maioria quis discutir foi trazido por uma novata, mãe de um único filho. Ana (nome fictício) compartilhou que não aceita a companheira do filho e nem os três filhos do casal. Ela nunca conversou com a moça, a viu apenas uma vez, e nunca viu nenhum dos netos. Disse que não suporta nada que diz respeito a este assunto, mas que tem gastrite e perde o sono por conta deste conflito. É impressionante como a maioria das pessoas tentou julgá-la, criticá-la, especialmente porque não há uma causa real, consciente para a rejeitar a família do filho. Foi difícil manter o controle do grupo. Quando todos ficam chocados com o tema escolhido é de se perguntar: por que escolheram este se havia outros temas? Seria curiosidade em relação ao que foge a regra? Ou o grupo queria dar oportunidade para a participante elaborar melhor a sua dificuldade? É impressionante como o estranho nos horroriza e nos fascina, ao ponto que querermos saber mais e mais. Ao final, convidei a participante a trazer o seu tema outras vezes para que ela possa identificar a origem da sua dificuldade e quem sabe superá-la. E quem sou eu pra dizer algo mais!

Um comentário:

  1. É claro que deve haver um motivo para tal rejeição: Talvez a mãe tenha ciúmes da mulher que lhe tirou o filho amado ou talvez ela ache que a escolhida não tem as qualidades necessárias. Mas se ela não gosta dos netos é porque rejeita mesmo a nora e seus filhos. Deveria levar em consideração que as crianças tem o sangue dela e não são culpadas pelos erros ou acertos dos pais. O conflito existe porque Ana sabe que está agindo de forma errada, ela sabe que as crianças não merecem essa indiferença. Precisa reavaliar os sentimentos que nutre em relação ao filho. Às vezes sofre-se mais quando odeia e despreza. Ana, desarme-se,entregue os pontos,não seja egoísta, dê a eles uma chance de aproximação. Seu filho não é sua propriedade, os filhos são feitos para o mundo. Eles escolhem vivem de suas próprias escolhas e cabe a você como mãe e avó fazer o seu papel: ser amorosa,acolhedora e compreensiva.Você bem sabe o peso que é viver com tanto rancor. Quando abrir seu coração será um grande alívio acredite.

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