segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quem já foi obrigado a fazer algo que não queria?

A Terapia Comunitária com o grupo de adolescentes de uma cidade satélite de Brasília neste mês é sobre um tema que nós adultos vivenciamos constantemente. Conversamos um pouco sobre o ano letivo que está se encerrando e os sucessos e fracassos de cada um. Depois um dos garotos, com 15 anos e constante no grupo, falou: “O que está me preocupando é que minha mãe vai me mandar morar com meu pai no Nordeste...meus amigos e minha namorada estão aqui em Brasília...quem eu conhecia lá tá usando droga.” Enquanto ele falava fiz algumas perguntas para ajudá-lo a identificar seus próprios sentimentos. Ele só conseguia dizer que estava mal. Eu disse: quando você está mal o que sente? Aos poucos (sem olhar para os colegas e meio envergonhado, como se admitir seus sentimentos fosse demonstrar fraqueza), ele foi reconhecendo sentir raiva, tristeza, revolta e receio do que o esperava em um lugar estranho (seria medo?). Lancei o seguinte mote: Quem já teve que ir obrigado pra algum lugar, como se sentiu e o que aconteceu? Algumas pessoas falaram que não queriam ter vindo pra Brasília, mas que conseguiram novos amigos. Outro falou que nada é para sempre, que foi para um lugar e voltou, às vezes é só um tempo. Ainda teve a experiência de quem podia ter ido pra droga, mas que procurou uma igreja na nova cidade e fez boas amizades. Aceitar que está sofrendo é muito difícil, para adolescentes pode ser sinal de fraqueza. Aprendi que preciso reconhecer meus sentimentos, para poder lidar com eles e que a estratégia do outro pode ser útil em minha vida, maximizando meus acertos.

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