segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pipoca na panela...pipoca aqui, pipoca ali!

A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é como uma panela aquecida e nós, o milho que começaria a pipocar. Na nossa roda de TCI aconteceu mais ou menos isso. Uma pessoa disse: "Eu sempre fui rejeitada pelos meus pais...minha mãe deixou meu pai, depois eles arrumaram outros parceiros e ninguém nunca me deu carinho...ainda hoje eu sou muito carente". Quando eu perguntei ao grupo quem havia recebido carinho de menos, foi um monte de pipoca estourando na terapia. Muitos queriam falar e sei que todos tinham o que contar. Um rapaz foi criado sem o pai, que fazia falta, mas ele passou a valorizar o que ele tinha: o amor da família materna e não o que faltava. Outra participante contou que sua mãe fora embora de casa quando ela tinha 6 meses e foi criada por madrastas, avós, madrinhas. Depois ela disse: "eu dei para os meus filhos todo o amor que eu não recebi". Falamos sobre sua resiliência, a capacidade de transformar carencia em competência. Uma terceira fora adotada e disse que nunca recebeu amor como as irmãs, filhas legítimas. Nós ressaltamos o fato de ela ter sido amada duas vezes, pela mãe que lhe deu a vida e quis proporcionar lhe uma vida melhor e pela mãe adotiva que a escolheu como filha, para amar. Outra contou que a mãe nunca lhe deu um abraço: "ela esqueceu até do meu aniversário. Mas este ano ela me ligou e disse que me amava". Três mulheres falaram das preferências de sua mãe ou pai por outros filhos que não elas. Uma senhora, com mais de 60 anos, emocionou-se ao lembrar que sua mãe:"até no leito de morte, amou mais o meu irmão que a mim, que sempre estive ao seu lado". Ao final eu agradeci a pessoa que trouxe o tema, pois nos deu a oportunidade de refletirmos sobre nossas carências. Todos temos um buraco, uma falta dentro de nós, todos sem exceção! A TCI traz à luz o que está escondido para identificarmos o buraco (a falta). Descobrimos, na TCI, que outros tem uma ferida parecida. Há sempre outra pipoquinha, com a mesma dor, estourando na panela.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Moisés de Queimados

Canções, viagens e reflexões: O Moisés de Queimados: "Foi ontem, dia 17/02/2011, de manhã. Um policial do 24º BPM (Queimados) resgatou um recém-nascido que fora jogado em um valão da Travessa Do..."
Achei o texto do Daniel muito legal! Uma reflexão sobre o bebê jogado nas águas de um rio em Queimados.
É difícil, quase impossível, entender como uma mãe pode agir assim. Penso que qualquer uma de nós que tivesse vivido a vida desta mulher e tivesse a sua estrutura psíquica poderia ter tido esta atitude. Parece que ela não deu conta de lidar com a maternidade. Como esta jovem foi desejada por sua mãe? Pode ser que parir e ver aquele bebê, em um contexto que sabe Deus quão difícil foi, despertou fantasmas inconscientes de seu nascimento. Teria ela sido violentada? Estaria em depressão? Quando pensamos nas adversidades pelas quais pode ter passado esta mulher mudamos o nosso olhar. Ao invés de criticar nos compadecemos.
Melhor não julgar... poderia ser qualquer uma de nós!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quando o estranho nos fascina

Em nossa roda de TCI, com os adultos, tivemos um tema bastante forte. Como comentou uma participante, após a terapia: “eu nunca vi uma coisa tão cabulosa”. O diferente causa estranheza e atrai. Havia muitos novatos, éramos 18 participantes com sete novatos. Expliquei detalhadamente como funciona uma roda de Terapia Comunitária, temos regras, tempo pra celebrar, pra brincar/confraternizar e um momento de falar sobre o que nos tira o sono, nos preocupa e um desses temas apresentados seria o escolhido naquele dia. O tema que a maioria quis discutir foi trazido por uma novata, mãe de um único filho. Ana (nome fictício) compartilhou que não aceita a companheira do filho e nem os três filhos do casal. Ela nunca conversou com a moça, a viu apenas uma vez, e nunca viu nenhum dos netos. Disse que não suporta nada que diz respeito a este assunto, mas que tem gastrite e perde o sono por conta deste conflito. É impressionante como a maioria das pessoas tentou julgá-la, criticá-la, especialmente porque não há uma causa real, consciente para a rejeitar a família do filho. Foi difícil manter o controle do grupo. Quando todos ficam chocados com o tema escolhido é de se perguntar: por que escolheram este se havia outros temas? Seria curiosidade em relação ao que foge a regra? Ou o grupo queria dar oportunidade para a participante elaborar melhor a sua dificuldade? É impressionante como o estranho nos horroriza e nos fascina, ao ponto que querermos saber mais e mais. Ao final, convidei a participante a trazer o seu tema outras vezes para que ela possa identificar a origem da sua dificuldade e quem sabe superá-la. E quem sou eu pra dizer algo mais!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

TCI e adolescência: Buscando o equilíbrio


Em fevereiro reiniciamos a TCI, com o grupo com adolescentes. Em nosso primeiro encontro havia 17 garotos, entre 9 e 17 anos. A maioria deles está repetindo de ano. Percebemos que eles não têm modelos que os motivem a estudar. Nossa primeira roda de 2011 foi sobre qual a meta de cada um para este ano que se inicia.
Com apenas duas ou três exceções, os garotos são repetentes. Após comemorarmos os aniversariantes do mês fizemos uma rodada sobre o que cada um deseja realizar neste ano. No início foi difícil pra eles, mas eles são brilhantes e logo pegaram o jeito e falaram muuuuito.
Quando cada garoto estabelecia sua meta eu perguntava: e o que você precisará fazer para realizar este sonho? Ou: Se você não passou de ano e quer passar, o que faltou você fazer, ou deixou de fazer em 2010? O que você acha que precisa fazer diferente em 2011?
Outro aspecto me chamou atenção na fala dos meninos. Há um certo radicalismo nas falas. Por exemplo: Eu quero parar de falar! Eu o ajudava a encontrar o equilíbrio e estabelecer metas mais acessíveis: Você não precisa para de falar, por acaso você está querendo dizer que pretende falar menos? Em todos os lugares ou só durante as aulas?
A busca do equilíbrio é algo muito difícil, na TCI o participante aprende que pode mudar de atitude em relação à vida, estabelecendo pequenas metas. Afinal, "uma grande caminhada, começa com um pequeno passo".

A TCI na Argentina

Las inscripciones están abiertas, capacitate para actuar en comunidad.Los días 18 y 19 de febrero de 2011, se realizará en el auditorio del Parque Temático Vial de calle Joaquín V. González, dentro del Hipermercado Libertad, la formación y disertaciones sobre SENSIBILIZACIÓN EN TERAPIA COMUNITARIA, las ponencias estarán a cargo del experto brasileño y creador de esta terapia Dr. Prof. Adalberto de Paula Barreto. La sensibilización en Terapia Comunitaria permitirá conocer el trabajo comunitario que se viene desarrollando en Brasil en el campo de la salud pública, en particular de la salud mental, con el apoyo del Ministerio de la Salud, y también para discutir una propuesta de formación de terapeutas comunitarios en Godoy Cruz, Mendoza. El objetivo de la formación en terapia comunitaria es capacitar personas que actúan o que desean trabajar en la comunidad, para perfeccionar sus habilidades y conocimientos, potenciando su destreza para la movilización, concientización y organización de los grupos sociales con quienes interactúan. La sensibilización contará con la participación del Profesor Dr. Adalberto de Paula Barreto, de la Universidade Federal do Ceará, él es psiquiatra y antropólogo, creador de la Terapia Comunitaria; el Prof. Dr. Rolando Lazarte, sociólogo, escritor, miembro del grupo de estudios e investigaciones en Salud Mental Comunitaria de la Universidade Federal da Paraíba y miembro de la dirección de la Abratecom-Asociación Brasileña de Terapia Comunitaria, y la Profesora Dra. Maria de Oliveira Ferreira Filha, docente del Programa de Posgrado en Enfermería de la Universidade Federal da Paraíba, líder del grupo de estudios e investigaciones en Salud Mental Comunitaria y miembro del equipo de enfermeras experts en salud mental de las Américas de la OPS/OMS. Todos terapeutas comunitarios. Inscripciones abiertas, cupos limitados, participación libre y gratutita. A partir del día 7 de febrero de lunes a viernes de 9 a 13 horas Desarrollo Social Municipalidad de Godoy Cruz. Fonte: http://www.godoycruz.gov.ar/sitio2/?p=3219 Enviado por Rolando Lazarte